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O Painel de Avaliação: educação e tecnologias digitais promoveu uma série de debates e troca de experiências para avaliar a inovação tecnológica na educação

Painel fomenta debate e traz experiências sul-americanas

Diante do desafio de inserir novas tecnologias no ambiente de aprendizado, nasce uma demanda de mensurar o impacto das inovações nesse contexto de escolas, alunos e professores. É aí que surge o Painel de Avaliação: educação e tecnologias digitais, evento realizado no último dia 12 de junho, que promoveu uma série de debates e troca de experiências sobre formas de se realizar e trabalhar os resultados dessas análises.
“No ano passado, entendemos que seria muito importante reunir pessoas que têm preocupação com a avaliação de projetos de educação e tecnologia, já que, depois de tanto tempo, seguimos com muitas perguntas sobre o uso da tecnologia no processo de aprendizagem”, comentou a diretora-presidente da Fundação Telefônica Vivo, Gabriela Bighetti – a instituição promoveu o evento junto da Unesco e da Move.
Durante todo o dia foram abordados os panoramas nacional e internacional com convidados brasileiros, europeus e sul-americanos. “De 2000 para cá, começamos a mudar um pouco o conceito de inovação, acreditando que valor se alia à mudança. Não podemos mudar as coisas como se pinta uma parede, mas pensar no valor que aquilo causa. E temos três maneiras de acreditar no valor da inovação: o valor da satisfação, a redução de custos e a melhora de resultados, sendo essa última a mais importante, já que não temos as escolas para se divertir e testar mudanças, mas para que crianças e jovens tenham um melhor resultado na aprendizagem”, afirmou Francesc Pedró, da Unesco, da França.
“A Unesco liderou a declaração de Qingdao, na qual os países se comprometeram de que a tecnologia é meta importante para a educação de qualidade, igualitária e inclusiva. Então como podemos contribuir para a tomada de decisões através do trabalho de pesquisa e avaliação?”, completou Claudia Peirano, do Grupo Educativo, do Chile.
Casos apresentados
Foram levados ao público presente no encontro em São Paulo seis trabalhos ao redor da América do Sul para terem suas particularidades e experiências debatidas entre os participantes.
Diana Ruiz, representante da Antioquia Digital, da Colômbia, mostrou a experiência no departamento homônimo no noroeste do país. “Antioquia é uma região tomada pela violência, desigualdade, cultura da ilegalidade e corrupção. E como fazer frente a isso? Com a educação. Quando as pessoas sentem que têm a dignidade reconhecida, se comprometem”. O projeto vai conectar 700 escolas rurais no segundo semestre deste ano.
Vindo do Uruguai, Critóbal Cobo, da Fundación Ceibal, passou pelo cenário do país e trouxe alguns conceitos: “A gente gosta de se pensar não como um programa de entrega de tecnologia, mas como um programa de experiências sociais. Quando pensamos em processo de aprendizagem, muitas vezes pensamos em aceleradores, mas é muito mais complexo do que isso”. Da Universidad de Chile, Ignacio Jara alertou: “Estudantes usam a internet em suas tarefas, mas os professores não orientam”.
Entre as iniciativas brasileiras, Gustavo Valentim, da Move, apresentou detalhes da avaliação dos projetos Escolas Rurais Conectadas e Escolas Que Inovam, ambos da Fundação Telefônica Vivo. “Constituímos cinco perguntas

por ex.: Quais as condições criadas para apropriação da tecnologia pela comunidade escolar?

e isso foi provocativo para construir uma inteligência e unificar os olhares, por mais que possam ser projetos distintos. Usamos entrevistas telefônicas, entrevistas presenciais e grupos focais situacionais dentro do contexto das competências do século XXI”, disse. “Às vezes, a gente fala tecnologia e educação e acha que entende, mas o termo tecnologia nos deixa inebriados e não conseguimos olhar para os diferentes contextos”.
Cesar Nunes, da Oort Tecnologia, também levantou ideias sobre os métodos de avaliação que ele participou em escolas públicas. “O aspecto mais relevante da avaliação centrada nos beneficiários é que envolve um processo de pesquisa-ação onde as pessoas que desenham e usam o programa são ajudadas a conduzir as próprias pesquisas e usar os resultados delas”.
E por fim, Rita André, da Geekie, falou do trabalho da empresa que faz o diagnóstico individual do aluno para fortalecer cada demanda de estudo. “Não queríamos ser uma empresa que apenas oferece simulados, porque a gente mostra os gaps e detalhes para os alunos e também fornece isso aos professores. A gente queria que os simulados fossem um medo estimulante, uma possibilidade de diagnosticar o domínio de habilidades, que os alunos fossem protagonistas”, finalizou.
Além das exposições, os palestrantes se reuniram em mesas com os participantes do painel para tirar dúvidas e aprofundar questões sobre as avaliações. “A avaliação é um grande desafio, porque não se sabe uma forma certa de avaliar coisas que já são bem definidas, imagina então avaliar novas habilidades e especialidades”, comentou Laura Lemos, da agência de design Tellus, expectadora do painel.

Como avaliar a inovação tecnológica na educação? Painel fomenta debate e traz experiências sul-americanas
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