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No Dia Internacional dos Museus, descubra os museus que se destacam na era digital e as estratégias usadas para garantir uma experiência imersiva.

Três garotos estão enfileirado, um deles está sentado em frente ao teclado de um computador. Imagem ilustra matéria sobre museus virtuais.

Já imaginou conseguir uma visão privilegiada da Mona Lisa de Da Vinci sem precisar viajar até o Louvre? Ou passear pelos corredores do British Museum, com informações exclusivas e em tempo real sobre cada peça exposta? Ou ainda, ter a chance de visitar virtualmente o Museu Nacional no Rio de Janeiro, que perdeu grande parte de seu acervo no incêndio em setembro do ano passado?

Há vinte anos, a distância entre um brasileiro e um museu em Tóquio era de 17.360 km. Apesar de, geograficamente, a longitude continuar a mesma, a tecnologia criou mecanismos para romper as barreiras do espaço físico e trazer exposições ao alcance de um clique. Alguns dos museus mais renomados do mundo estão trabalhando para aderir a esta demanda, utilizando estratégias recorrentes na era digital: acesso irrestrito, conteúdo multimídia e experiências imersivas.

“As mudanças sociais e culturais estão influenciando o tipo de experiências que as pessoas esperam”, diz o museólogo Jonei Bauer, fundador da empresa Tríscele Web e Museologia, voltada para a coordenação e criação de museus, inclusive os virtuais. “Museu é um lugar de convergência das nossas memórias e um reflexo da sociedade. Esses espaços, considerados pelo senso comum lugar de objetos velhos e de interesse histórico, na verdade tem uma função social dinâmica”, afirma.

Museus virtuais: Acervos adaptados e digitalizados

Com o uso de câmeras panorâmicas e fotografias em 360 graus, os museus físicos registram o espaço e permitem que o usuário se aproxime o suficiente para observar as obras em alta definição. Ao adaptar e digitalizar os acervos, os museus tradicionais tem a oportunidade de criar plataformas de visitação online e ainda acrescentar informações, personalizar o acesso do usuário e diversificar o conteúdo.

A tecnologia permite que muitos tenham acesso àquilo que antes era mais restrito ou difícil. Por exemplo, quantas pessoas nunca visitarão espaços que a virtualidade permite a experiência de conhecer?”, reforça Bauer.

Confira algumas iniciativas voltadas para essa nova maneira de consumir arte e cultura.

Google Arts and Culture

O Google Arts e Cultures é um dos museus virtuais, disponibilizando o conteúdo de lugares como o Van Gogh Museum. A imagem ao fundo mostra alguns quadros, um deles é um autorretrato de Van Gogh.

A ferramenta Google Arts and Culture aposta nesta tendência desde 2011, e é mantida em colaboração com museus de todo o mundo. Fazendo uso da tecnologia Street View, a ferramenta permite conhecer gratuitamente galerias de museus como The Metropolitan Museum of Art, em Nova York, Van Gogh Museum e Rijksmuseum em Amsterdã.

Europeana Collections

Em 2008, a Europeana Collections lançou uma primeira iniciativa de museus virtuais com a colaboração e adesão de países europeus para reunir mais de 50 milhões de obras e trabalhos artísticos e históricos em geral. É possível acessar documentos, livros, imagens, quadros, e coleções de museus espalhados por todo o continente e decidir em qual museu se aventurar fisicamente a partir daí. Diretamente inspirado no Europeana, o Brasiliana Iconográfica surgiu em 2017, para criar um catálogo de obras de museus espalhados por todo o Brasil.

Era Virtual

No Brasil, projetos como o Era Virtual, lançado na mesma época, trouxe esse conceito para a realidade do país. Atualmente, reúne mais de 38 museus, patrimônios históricos e pequenas exposições em cidades brasileiras fotografados em imagem panorâmica. Além disso, busca complementar com informações em áudio e texto os artefatos vistos em cada visita, podendo ser aproveitado como uma oportunidade educativa.

O Era Virtual reúne mais de 38 museus e patrimônios culturais do Brasil, sendo possível visitar virtualmente lugares históricos como Ouro Preto. Na imagem, é possível ver o interior de uma igreja da cidade em Minas Gerais.

Museus do futuro

As transformações do museu do futuro, defendidas por Bauer, não só levam em consideração as plataformas e projetos de acervos online, como também museus que investem na construção de estruturas a céu aberto e exposições digitais, que incentivam as visitas ao valorizar a imersão e o contato direto com a inovação.

O Mori Building Digital Art Museum, inaugurado em Tóquio, é o primeiro totalmente dedicado à arte digital. Na imagem há projeções em paredes que lembram flores nas cores rosa e vermelho, em meio às imagens pessoas vagueiam e observam.

Com cerca de 50 instalações construídas a partir de códigos de computação, apostando em um jogo de cores e sons, o Mori Building Digital Art Museum, inaugurado em Tóquio, em 2018, foi o primeiro museu do mundo totalmente dedicado à arte digital. O projeto tem como objetivo mudar a perspectiva dos visitantes em relação à exposição.

Localizado em Jaguaré do Sul, Santa Catarina, o Museu WEG de Ciência e Tecnologia, também foi criado com a proposta de ser um espaço para que as pessoas pudessem não apenas ver o registro do avanço científico e tecnológico, como também vivenciá-lo. Para além dos conceitos básicos, o visitante vê a aplicação dos produtos no cotidiano das cidades, casas e indústrias e interagem com as atrações de cada exposição.

Museus virtuais modificam a experiência dos visitantes
Museus virtuais modificam a experiência dos visitantes