Saltar para o menu de navegação
Saltar para o rodapé
Saltar para os conteúdos
Saltar para o menu de acessibilidade

Com história da África nas escolas, Projeto Adeola já impactou cerca de 1.000 crianças em escolas públicas de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro.

Projeto Adeola ensina história da África nas escolas

Com história da África nas escolas, Projeto Adeola já impactou cerca de 1.000 crianças em escolas públicas de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro.

As princesas Kambo e Funji nasceram na África no século XV. Parentes da Rainha Nzinga, gloriosa combatente e líder do reino de Ndongo (atual Angola), as irmãs utilizam brincos mágicos que as permitem viajar pelo tempo e compartilhar a história de seus ancestrais.

É com esse enredo que as amigas Denise Teófilo, 24 anos, e Raísa Carvalho, 26 anos, envolvem crianças e educadores quando visitam as escolas com o Projeto Adeola no papel de duas princesas guerreiras.

Projeto Adeola ensina história da África nas escolas

Idealizado em 2014, quando elas estudavam juntas na Universidade Federal de São Carlos, em São Paulo, o projeto promove a representatividade e valorização da cultura africana em escolas públicas de todo o Brasil.

A história das princesas é baseada em personagens reais e as informações são frutos de intensa pesquisa histórica. O nome do projeto, por exemplo, significa coroa ancestral e faz jus às narrativas contadas sobre o passado. As histórias são acompanhadas de oficinas de turbantes, capoeira e exercícios de berimbau, atividades pensadas para os alunos aprenderem e ainda terem a chance de virar príncipe ou princesa por um dia.

“Viemos de uma educação colonizada que acaba silenciando nossa história e reforçando estereótipos ou alguns comportamentos sociais. Nosso intuito é valorizar a autoestima de crianças negras, além incentivar o conhecimento sobre a herança africana para a história do país”, afirma a educadora e empreendedora social.

Projeto Adeola ensina história da África nas escolas

Ensino obrigatório

Desde 2003, o Brasil conta com a  Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Africana e Afro-Brasileira nas escolas. Ainda assim, Denise acredita que é preciso incentivar uma formação étnico-racial que mude a mentalidade nas escolas, universidades e na sociedade em geral.

“Os livros e as pessoas são os grandes intermediadores de conhecimento, por isso é importante ampliar a discussão racial para além do dia 20 de novembro, conscientizando sobre a questão do racismo como um problema de todos”, diz.

Projeto Adeola ensina história da africa nas escolas

A empreendedora social conta que desde a época em que faziam parte de um coletivo voltado para questões de gênero e raça na universidade, ela e Raísa já estudavam o conceito de afrobetização, que trabalha o protagonismo negro na educação como forma desconstruir estereótipos e criar novas referências sobre a história africana.

“Queremos conquistar cada vez mais príncipes e princesas nas escolas por meio da educação, que é a base para uma consciência cidadã e formação do indivíduo”, conclui.

Quem é quem:

Princesa Funji (Raísa Carvalho): guardiã das eweko (plantas) e do edaelemi (reino animal). Vive em paz semeando os seus saberes.

Princesa Kambo (Denise Teófilo): tem o dom de Ye (compreender) e de Ifó Hum (fala). Por meio da música traz paz para os Tilú (povos).

Iniciativa aborda a história da África pelo olhar de duas princesas guerreiras
Iniciativa aborda a história da África pelo olhar de duas princesas guerreiras