Quando a inovação na educação resgata e aprimora bons exemplos históricos.
Há 71 anos, a Segunda Guerra Mundial se findava, e a cidade Reggio Emilia, na Itália, estava devastada. Para se reconstruir como comunidade, os moradores ergueram, antes de casas, uma ideia: se queriam que as crianças encontrassem um mundo melhor do que aquele bombardeado, familiares, professores e cidade seriam agentes da construção de uma nova abordagem educativa. Reggio Emilia segue exemplar: é um frescor na pedagogia e inspira uma inovação que vem do passado para ser aplicada no futuro.
O espírito de comunidade, a força de vontade e as risadas das crianças atraíram o pedagogo Loris Malaguzzi para Reggio Emilia, cidade de 170 mil habitantes no Norte da Itália. Influenciado também por mestres do socioconstrutivismo como Jean Piaget, Malaguzzi resolveu por ali ficar e ajudar a solidificar o processo pedagógico de Reggio. Foi tão bem sucedido que a abordagem Reggio Emilia se replicou em escolas de ensino infantil da cidade e, em 1991, foi considerada a melhor metodologia pela revista americana Newsweek.
“Quando Reggio Emilia foi construída, não foi apenas como espaço físico, e sim com o entendimento do que eles queriam com essa escola. Nosso modelo escolar, tanto no Brasil como em grande parte do mundo, é tradicional e engessado. A Reggio Emilia desconstrói isso”, explica Rafael Martins, coordenador de projetos tecnológicos da Escola Bahkita. Localizada em São Paulo, a instituição bebeu nas fontes de Reggio Emilia e de pensadores progressistas como Paulo Freire, patrono da educação brasileira, para inovar sua escola.
A coordenadora pedagógica Cristiane Vieira da Silva viajou para a Itália com Rafael Martins e outros integrantes do corpo pedagógico para imergir no método de ensino e conhecer suas unidades: 13 creches e 21 escolas. O protagonismo das crianças italianas se evidenciou nas experiências presenciadas.
De acordo com Cristine, a escola tem uma relação de proximidade com a cidade, e a criança é vista como cidadã desde a mais tenra idade, capaz de incidir e transformar o lugar onde vive. “Quando visitamos Reggio, vimos marcas da produção das crianças em diferentes monumentos e projetos. Isso é encantador, porque elas já se sentem parte do processo de construção da cidade, e a cidade passa a ter também o olhar da criança.” Martins acrescenta: o professor pauta seu olhar a partir das intervenções das crianças e das experiências vividas em conjunto. Cenas que podem ser vistas no documentário da Unifesp TV, que também viajou até Reggio Emilia.

Conexão Itália-Brasil
Uma reportagem especial do site Centro de Referências em Educação Integral mostra os detalhes de como a metodologia é aplicada no Brasil. E, como bom exemplo, as influências de Reggio Emilia incidem fortemente na escola Bahkita. A escola foi projetada para ser mutável e as salas têm tudo ao alcance do aluno, desde canetas coloridas até conchas do mar. “Trazemos materiais não convencionais, como folhas e cascas de árvore, para ter mais ganhos na participação da criança. Isso naturalmente instiga sua curiosidade e as faz explorar.”
O universo de tecnologia também faz parte do aprendizado. Na aula Tecnologia Criativa, alunos do fundamental I e II desmembram objetos eletrônicos, criam circuitos elétricos e usam a programação para aprender a fazer jogos. Não à toa, é uma das aulas favoritas da turma.
A inovação na educação não está necessariamente conectada à ideia de futuro; às vezes é preciso revistar percursos e metodologias que, antes de adventos tecnológicos, proporcionaram uma educação inovadora. Se hoje um aluno aprende colando os fios de dois circuitos elétricos ou investigando a folhagem das árvores do seu bairro, é porque no passado houve quem acreditasse que a criança é o edifício escolar e é dela que tudo tem de partir.
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