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Como a inovação educativa pode contribuir para melhorar o desempenho dos alunos no ensino brasileiro.

Imagem mostra menina de camiseta listrada branco e verde em uma sala de aula, escrevendo em um caderno.

Como a inovação educativa pode contribuir para melhorar o desempenho dos alunos no ensino brasileiro.
Mensurar a qualidade educacional de um país extenso como o Brasil é uma tarefa complexa.  A educação faz parte de um sistema composto por vários aspectos que influenciam nesta avaliação: desde o desempenho dos alunos nas atividades propostas pela escola, notas dos exames e índices de aprovação, até questões mais complexas como o contexto socioeconômico dos estudantes, a realidade do município, o nível de formação dos educadores, entre outros fatores.
Além disso, as atuais ferramentas de avaliação apresentam algumas fragilidades por não conseguirem mensurar alguns fatores muito relevantes na Educação, como as habilidades socioemocionais dos estudantes ou a capacidade inclusiva da escola. Por excluir estes aspectos, considera-se que as avaliações se tornam inoperantes no processo de aperfeiçoamento do sistema educativo.
No Brasil, uma das ferramentas utilizadas para medir a qualidade de ensino é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica- Ideb, que teve seu último relatório divulgado em setembro deste ano. O estudo, realizado a cada dois anos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), avalia alunos do ensino fundamental e do ensino médio de escolas públicas e privadas, por meio de um cálculo feito a partir do cruzamento da taxa média de aprovação com o desempenho escolar dos estudantes.
A cada nova edição, o Ideb revela uma fotografia da educação no país, registrando os avanços, estagnações e retrocessos dos estados e municípios. A meta estabelecida pelo Inep é que o Brasil atinja, até o ano de 2022, a pontuação 6,0 como média nacional nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Nos resultados deste ano, destaca-se o desempenho do Ensino Fundamental, que vem evoluindo progressivamente desde 2005 e alcançou a nota 5,5. Os anos finais do desta etapa escolar, correspondentes do 6° ao 9° ano, também melhoraram no índice, passando de 4,2, em 2013; para 4,5, em 2015. Já o Ensino Médio não apresentou nenhuma evolução na média desde 2011, continuando com a nota de 3,7. Apenas dois estados alcançaram a meta: Pernambuco e Amazonas.
O estado do Pernambuco, um dos únicos que se manteve acima da média em todos os anos de avaliação, atribuiu os bons resultados à massificação de iniciativas até então em caráter experimental, além de uma linha pedagógica diferenciada, sintonizada com a escola do século XXI, que apoia o desenvolvimento de projetos em diversas áreas do conhecimento e a inclusão de tecnologia no currículo escolar, por meio de disciplinas como robótica.
“As escolas que se envolvem em projetos, pesquisas e interações que saiam dos espaços formais tendem a ter melhores resultados porque motivam mais os alunos”, analisa José Manuel Moran, cofundador do Projeto Escola do Futuro e pesquisador e consultor de formação de cursos à distância e semipresenciais.
Mesmo que o bom desempenho esteja relacionado a conceitos inovadores, o professor ressalta que as ferramentas tecnológicas não devem ser avaliadas como um fator isolado de sucesso. “As escolas mais interessantes são feitas por educadores que conversam entre si, planejam juntos, propõem atividades diferentes e acompanham os alunos. A tecnologia é uma facilitadora e potencializa o desempenho escolar, mas o grande diferencial está nas pessoas”.
Segundo Moran, a falta de estrutura ou acesso à tecnologia, não deve impedir as escolas de terem uma visão aberta e de experimentação, criando algo que saia da rotina e dialogue com as possibilidades que existem no entorno, seja no universo online ou off-line.
“O mundo não acaba na sala de aula. Sempre é possível fazer algo diferente e conectar-se com os alunos de diversas maneiras. A palavra-chave é encantamento. Fazer o jovem perceber que aquilo que ele está estudando é importante e tem a ver com o cotidiano dele, torna o processo de aprendizagem prazeroso.”
Avaliações como o Ideb, que trazem informações relevantes sobre escolas e redes de ensino, podem ser úteis para promover a análise de cenários e reflexões sobre o desempenho educacional do país. No entanto, o processo de melhoria no desempenho dos alunos deve ser contínuo e considerar todos os aspectos da inovação, indispensável para uma educação de qualidade.

Repensando os processos de ensino-aprendizagem
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