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Placas eletrônicas e professores capacitados são necessários para que os alunos adentrem no universo da cultura maker e da programação.

Placas eletrônicas e professores capacitados são necessários para que os alunos adentrem no universo da cultura maker e da programação. 

Sete alunos da rede estadual de João Pessoa foram vencedores de uma competição internacional de robótica em julho de 2016. A RobCupJr Dance Primary faz parte da Copa Mundial de Robótica, e premia equipes júnior criadoras de robôs capazes de criar performances e recontar histórias. A equipe de jovens paraibanos construiu cinco robôs performáticos que contaram a história do Rio de Janeiro por meio de samba e futebol. O país ficou na frente de outras nações cuja cultura de robótica e programação faz parte do universo escolar, como a própria China, onde a premiação aconteceu.

Ainda que tenha no seu DNA a criatividade e o gosto pela gambiarra, essenciais para a cultura maker e a da robótica, o Brasil conta com pouquíssimas escolas onde programação e robótica façam parte do currículo. “Ao aprender programação, você aprende a pensar de forma mais lógica e fica com o pensamento mais estruturado e sistêmico, além de exercitar a criatividade, resolução de problemas – e, de quebra, outras matérias como física, matemática, inglês”, explica Marco Giroto, criador da primeira escola de robótica no Brasil, a SuperGeeks. Ele reforça que ao programar e construir robôs, a criança cria afinidade com a educação no século XXI um mundo em transformação que demanda cada vez mais conhecimento em tecnologia.

Para ensinar robótica, são necessários alguns dispositivos, como computadores, motores e uma placa eletrônica capaz de fazer a intersecção entre o desejo do programador e ações do robô. Quando se fala em rede pública de ensino, os custos para adquirir essas ferramentas costumam ser altos, inviabilizando a prática dentro da sala de aula. Como exemplo, um kit da Lego custa em torno de cem reais, multiplicados por uma sala de 30 ou 40 alunos. Pelo valor do material, muitas vezes o aluno não pode levar para casa o que criou.

A fim de popularizar as aulas de robótica em redes públicas de ensino, Claudio Olmedo criou o projeto One Dollar Board – uma placa eletrônica viável e de baixo custo (cerca de quatro reais) que pode ser adquirida por redes de ensino. Para esta reportagem, os especialistas Claudio Olmedo e Marco Giroto falam sobre o que é necessário para que escolas se aventurem a implementar aulas de robótica de maneira acessível e afetiva. Confira:

Professores capacitados

“Trabalhar robôs com crianças é fácil, elas já ficam naturalmente animadas. O principal desafio é iniciar os professores nesse universo”, explica Olmedo. A maioria das crianças e adolescentes já tem familiaridade com tecnologia, mas só recentemente os educadores estão absorvendo conceitos como aprender a programar ou manusear dispositivos digitais. Se isso já é uma dificuldade para professores que tem familiaridade com temas como matemática ou física, o desafio é maior para professor de áreas não correlatas.

Softwares de programação

Familiarizar-se com o universo dos códigos é fundamental para que as crianças deem início ao aprendizado de programação; para tanto, existe uma gama variada de softwares livres e plataformas online gratuitas. Sites como o Code.org e plataformas como o Scratch utilizam-se de personagens infantis e outros recursos lúdicos para ensinar a linguagem dos códigos.

Placa eletrônica

Não é possível falar de robótica sem falar de programação. A construção de um robô, qualquer que seja seu formato, pressupõe que o objeto tenha uma inteligência mínima, que o faça se movimentar e executar tarefas. Caso contrário, o dispositivo é apenas um brinquedo, que não desafia o intelecto e a capacidade de criatividade da criança.

A placa eletrônica é conectada ao computador, e por meio da programação, o aluno pode ensinar comandos ao seu robô. Ela geralmente é de alto custo, mas há alternativas, como a própria One Dollar Board. Marco Giroto também sinaliza a placa Arduino como alternativa, pela qualidade e preço mais baixo.

Motor

Para que um braço mecânico, carrinho ou robô bípede se movimente, é necessário que esteja conectado a um pequeno motor. No caso da construção de um carrinho, um dos modelos mais escolhidos pelas crianças, os motores movimentam as duas rodas – são os motores DC, como explica Marco Giroto. Ele complementa citando os motores de passo, que são de precisão e permitem a movimentação da cabeça ou da articulação de um braço. Os motores podem ser obtidos em lojas de ferragem ou reciclados de brinquedos descartados.

Customização

Com motores e placas eletrônicos, a customização de robôs fica livre e a cargo da imaginação. Eles podem ser carrinhos feitos de tampa de amaciante, robôs a partir de sucata, um sem número de possiblidades que barateiam os custos e também possibilitam que os alunos tenham afeto pelo o que criaram. Claudio Olmedo garante que faz toda diferença os alunos poderem levar os robôs para casa e criarem com eles um laço, por isso a luta pelo barateamento de peças.

Tendências tecnológicas: o que é preciso para ensinar robótica em sala de aula?
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